O setor de suco de laranja do Paraná, especialmente da região de Paranavaí, pode enfrentar um duro impacto com a nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, atinge diretamente os exportadores brasileiros, incluindo a fábrica da cidade noroestina, que tem nos EUA um de seus principais mercados consumidores.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, entre janeiro e junho deste ano, Paranavaí exportou US$ 10,9 milhões em produtos — grande parte concentrada no suco de laranja. A fábrica da cidade projeta processar 800 mil caixas da fruta nesta safra, com embarques confirmados para os próximos dias.
Apesar do cenário incerto, o empresário Paulo Pratinha, que atua no setor, defende cautela. “Ainda é necessário aguardar para entender como isso vai funcionar”, afirmou. Ele destaca que o mercado deve passar por ajustes, e que a tarifa também atinge o México — principal concorrente do Brasil na produção de suco de laranja — com uma taxa de 30%.
Para Pratinha, a palavra-chave neste momento é equilíbrio. “O bom senso vai ter que imperar. No fim do dia, se todos acertarem a quantidade de valor que o consumidor americano vai pagar, todo mundo pode sair ganhando. O que a gente não pode é fazer com que o produto chegue caro demais na prateleira do consumidor americano”, explicou à RPC.
Atualmente, o suco de laranja brasileiro já paga cerca de US$ 415 por tonelada exportada aos EUA, o que representa de 15% a 20% do valor total. Com a nova tarifa, estima-se que os custos com impostos possam chegar a até 70% do valor das exportações, tornando o produto significativamente mais caro e menos competitivo.
A preocupação do setor é compartilhada pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que lembra a relevância global do Brasil no segmento: o país é responsável por 34% da produção de laranja mundial, 60% da produção de suco e 75% do comércio internacional.
“A verdade é que o importador americano precisa do suco brasileiro. Nós precisamos do mercado americano. E nessa hora, nada como lembrar do bom e velho bom senso de todas as partes para que isso tenha um desfecho adequado”, reforçou Pratinha.
Para a safra 2025/2026, a expectativa da fábrica de Paranavaí é de processar cerca de 8 milhões de caixas de laranja. Deste total, 25% serão destinados à exportação, sendo 15% para Europa e Japão, e 10% para os Estados Unidos — porcentual que pode ser revisto caso o impacto da tarifa se concretize.
Enquanto isso, o setor observa com atenção os próximos movimentos do governo norte-americano e a reação do mercado internacional. O que está em jogo, segundo os empresários, é mais do que uma negociação comercial: é o futuro de uma cadeia produtiva que gera emprego, movimenta a economia regional e coloca o Brasil na liderança global do suco de laranja.
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